Fotografia de rua em Curitiba: camadas de uma cidade em movimento
- Zé Américo

- 27 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 31 de jul.
No meio do corre-corre da rotina, entre prazos, edições e entregas, redescobri um prazer antigo: fotografar só por fotografar.

Recentemente saí pelas ruas do centro de Curitiba com os amigos do Olhar Autêntico, um coletivo que compartilha da mesma vontade de experimentar, trocar e, sobretudo, sentir. Sem briefing, sem pressa... sem expectativa de entrega. Apenas com uma câmera na mão, "filme Fuji" e aquele grão bonito que me leva de volta aos anos 90 quando comecei a sonhar com a fotografia, ainda sem saber que ela viraria minha profissão e minha vida.
Um respiro necessário na fotografia profissional
Ser fotógrafo de famílias, contar histórias reais com profundidade e sensibilidade, é uma missão que levo a sério. Mas, às vezes, é preciso se permitir sair da lógica da produtividade. Sair da estrutura. Voltar ao que é bruto, espontâneo, imperfeito. E as ruas oferecem isso com generosidade.
Fotografar o cotidiano urbano me leva para longe das exigências do ofício e me aproxima de mim mesmo. Me ajuda a lembrar do menino curioso que olhava o mundo com encanto, vendo beleza onde quase ninguém via. Ali, nas calçadas gastas do centro, nas sombras projetadas por prédios antigos, nos instantes entre buzinas e passos apressados, reencontro o silêncio que me escuta. E, com ele, a liberdade de errar, de experimentar, de observar sem pressa... De sentir, antes de clicar!
O vintage não está só na estética
As imagens que produzi nesse dia carregam um tom nostálgico, não apenas pelo grão do filme e pelas cores suaves da Fuji, mas principalmente pelo espírito com que foram feitas. É como se eu tivesse voltado no tempo e reencontrado um Zé Américo mais intuitivo, mais livre, mais curioso, mais moleque com uma câmera nas mãos. Aquele que sempre andava por aí apontando, por apontar, a lente pra alguma coisa nas ruas.
Essa volta às origens não foi um simples exercício de memória afetiva. Foi parte de um processo criativo mais profundo, que me refortaleceu como artista. Me ajudou a expandir o repertório visual, a refinar o olhar, a escutar o mundo ao redor com mais sensibilidade, sem os filtros da obrigação e da expectativa de entrega. Apenas observação e sentimento.
A fotografia de rua, nesse sentido, não é só uma pausa na rotina comercial. Ela é um território fértil onde experimento linguagens, investigo minha relação com o tempo, com a cidade, com o outro e comigo mesmo. E essa experimentação sempre foi a base que sustenta minha fotografia profissional. Ela alimenta minha capacidade de narrar, de intuir, de me reinventar. Porque é nesses espaços livres onde a imagem não precisa dar conta de tudo que eu reencontro o prazer de criar sem fórmula. E esse prazer, por sua vez, transborda para tudo o que faço. É um ciclo bonito. E absolutamente necessário.
A cidade como palco e espelho
Curitiba pulsa em cada esquina. E quando nos permitimos caminhar com o olhar atento, percebemos histórias acontecendo o tempo todo: um gesto distraído, um reflexo no vidro, um cãozinho dentro de uma mochila de um andarilho, um senhorzinho tomando um café preto bem quentinho pra espantar o frio...
As ruas não pedem licença, nem aprovação. Elas apenas são! E ao fotografá-las, volto a ser também um sujeito que observa, sente e se comunica com o mundo através da imagem.
Fotografia de Rua em Curitiba
Gostou de ver Curitiba "com meus olhos"? Se você se conecta com essa forma sensível de enxergar o mundo, me acompanhe também no Instagram, onde compartilho mais dos meus processos, bastidores e projetos autorais.
E se quiser um olhar assim: livre, honesto e poético para sua história, sua família ou sua escola, me chama. Vai ser bonito criar juntos. Palavras-chave: fotografia de rua em Curitiba, fotógrafo autoral em Curitiba, fotografia criativa, fujifilm, fotografia com grão, foto vintage, processo criativo na fotografia, fotografia analógica, fotografia documental.

Sobre o autor:
Zé Américo é fotógrafo documental de famílias em Curitiba, palestrante, escritor, jurado em diversos concursos fotográficos e multipremiado nacional e internacionalmente. Foi eleito Fotógrafo de Família do Ano no Brasil pela Inspiration Photographers, venceu prêmios como o Fineart Awards, Prime Photo Awards, Brasília Photo Show, Doc F, Family Awards da Inspiration, Amarelos, 35 Awards, Golden Lens, e teve trabalhos reconhecidos pela PhotoVogue e na Copa do Mundo de Fotografia. Graduado em Marketing, com pós-graduação em Criação Publicitária e MBA em Marketing de Serviços e Relacionamento, une formação estratégica com sensibilidade artística para contar histórias reais por meio da fotografia. Seu trabalho valoriza o cotidiano, os vínculos afetivos e a memória como território visual.


























































































































































Comentários